Se entendermos por actividades corporais aquelas que se manifestam sob o modo dinâmico, com o único objectivo de se exercer ou de se afirmar enquanto sujeito da sua acção, elas não são o privilégio da infância. Com efeito, cada um de nós sente igualmente, pelo menos em determinados momentos, a necessidade de agir pelo prazer ou para enfrentar algo a fim de nos sentirmos vivos. É por traduzirem a natureza biológica do ser que as actividades corporais são para a criança pequena o início de toda a experiência e de todo o conhecimento. É pela mesma razão que, na criança mais velha, no adolescente e no adulto, elas são o meio de toda a organização das relações face ao mundo e, muito particularmente, das relações sociais. Biologicamente, o motivo e a acção são primeiros, estão na origem de todo o desenvolvimento pessoal, bem como de toda a organização social. Ora, a investigação dos motivos ao nível da criança ou do aluno está no centro das preocupações dos adultos que se ocupam da actividade do sujeito, tendo como projecto favorecer a integração das informações dos conhecimentos, que são a condição da sua acessão ao mundo. Esta investigação dos motivos é igualmente a preocupação dos educadores físicos ou desportivos, isto é, das pessoas que têm o mesmo projecto de aprendizagem e de desenvolvimento, mas através do corpo e da actividade corporal. A psicologia tradicional não oferece grandes respostas aos professores das matérias ditas intelectuais ou ditas físicas. Estas respostas existem e o objectivo desta obra é colocá-las em evidência.

Como se sabe que o outro tem representações? Como se sabe que estas palavras articuladas que ouvimos exprimem representações que habitam o cérebro do outro? Não podemos atribuir ao cérebro do outro senão representações que já temos no nosso. Este problema é um dos inúmeros temas de discussão e de pesquisa em ciências cognitivas que este livro apresenta com todos os argumentos em jogo. Além disso, o autor apresenta uma teoria plural do inconsciente - cognitivo e afectivo - que esclarece esta questão com uma luz nova. Um livro sobre o fascínio do que somos.

Nesta obra, o autor trata de dois problemas fundamentais da filosofia e da psicologia da autoconsciência: será que podemos fornecer uma explicação não circular do pensamento autoconsciente plenamente amadurecido e da linguagem em termos de capacidades fundamentais, será que podemos explicar o modo como o pensamento autoconsciente plenamente amadurecido e a linguagem podem surgir no curso normal do desenvolvimento humano? O autor argumenta que um paradoxo – o paradoxo da autoconsciência – surge da aparente interdependência estrita entre pensamento autoconsciente e auto-referência linguística. O paradoxo torna circulares todas as teorias que definem a autoconsciência em termos de mestria linguística do pronome da primeira pessoa. Parece seguir-se do paradoxo da autoconsciência que nenhuma avaliação ou explicação da autoconsciência pode ser dada. Ao responder ao paradoxo, o autor socorre-se dos trabalhos recentes em psicologia e em filosofia empíricas para cortar a ligação entre pensamento autoconsciente e auto-referência linguística. Argumenta que qualquer concepção da autoconsciência plenamente amadurecida que responda a estas duas perguntas requer uma atenção a formas pré-linguísticas de interacção social. O autor utiliza estas formas primitivas de autoconsciência para dissolver o paradoxo da autoconsciência e para mostrar de que modo pode ser dada uma resposta afirmativa às duas perguntas.

"Mal nasceu, a psicologia logo suscitou uma revolta na filosofia e na biologia. Revolta esta que ainda perdura e as fronteiras das três disciplinas são bastante flutuantes. Para Marc Jannerod a psicologia nasceu de uma difícil separação da filosofia e da metafísica; entrando no círculo das ciências experimentais, arriscou trair o seu principal objetivo: o conhecimento do homem e das suas motivações. Poderá a inteligência ser localizada? Como se desenvolve o pensamento? Estas questões estão no cerne da psicologia e, desde o seu nascimento, que se encontram em debate. O longo e infindável conflito que opõe os defensores da biologia aos da filosofia, entre materialismo e espiritualismo, é o motor essencial do progresso do conhecimento do mental. A obra de Marc Jannerod, cuja erudição é impressionante, traça, esclarecidamente, as etapas deste afrontamento". Louis Elgozi, Paris Match "Marc Jannerod apresenta-nos, nesta obra, a história das teorias da mente que adotam um quadro biológico. Aborda, assim, as questões da localização cerebral, das funções psíquicas, da lobotomia, da associação de ideias, de reflexos e da medida da inteligência. Justifica o seu excelente trabalho recordando a recorrência dos debates em psicologia, entre os argumentos filosóficos e os tirados das ciências naturais [...] A obra representa uma fonte documental, de acrescido valor, sobre a história da psicologia. Dominique Lestel, Sciences Humaines

«Desenvolvimento Social da Criança é um Schaffer da melhor colheita: escrita actual, académica e interessante. Schaffer captou a recente euforia e transformação que tem caracterizado esta área do conhecimento, de uma forma acessível e agradável. Este volume identifica a sua reputação como um dos nossos melhores cronistas na área do desenvolvimento social.» Professor Ross D. Parke Universidade da Califórnia, em Riverside O tema central de Desenvolvimento Social da Criança é o da socialização - o modo como um ser essencialmente biológico se transforma num ser altamente sofisticado. Ao dedicar uma atenção especial a temas antigos e bem estabelecidos, o texto abarca também a importante investigação recente de certos tópicos, como a genética do comportamento, a teoria da mente da criança, o desenvolvimento das vinculações durante a infância e a dinâmica da família. Ao longo do texto, Schaffer apresenta as descobertas no contexto dos objectivos gerais e das preocupações teóricas que estão subjacentes aos estudos efectuados, bem como os métodos utilizados para obter um determinado conjunto de resultados. Faz também o justo reconhecimento das muitas implicações práticas da investigação do desenvolvimento social, por exemplo, relativamente aos cuidados diários, ao desenvolvimento do comportamento anti-social e ao conflito familiar.

Que elemento constitui a unidade e a identidade dos seres vivos? Essa é a questão fundamental da biologia. As técnicas recentes de sequenciamento fornecem uma resposta profundamente renovada, em especial graças ao conhecimento preciso de genomas inteiros. O autor aborda, neste trabalho, o quadro desta descoberta essencial. Mostra, em particular, que os organismos vivos, à semelhança da Barca de Delfos, se revelam infinitamente inacessíveis à previsão e capazes de produzir o imprevisto.

A sociobiologia contribuiu para a compreensão da vida em grupo de animais e de homens e tornou compreensível uma enorme quantidade de fenómenos do comportamento social em termos de ciências da natureza. Impulsionada pela teoria da selecção do parentesco, a sociobiologia desenvolveu-se rapidamente até constituir um tronco independente e impressionante da biologia. Nesta obra, Voland elucida de uma forma evolutiva coerente os fenómenos sociais do homem e dos primatas que lhe estão próximos. O autor elaborou um compêndio, o que lhe permitiu demonstrar os princípios servindo-se do exemplo dos vertebrados e lançar alguns breves relances aos insectos sociais; conseguindo, assim, uma visão de conjunto de leitura assaz acessível destinada a um vasto círculo de leitores que com conhecimentos biológicos básicos compreenderão perfeitamente a obra.

Os seres humanos, tal como a maior parte dos animais e dos vegetais, possuem relógios biológicos que lhes permitem situar-se nas escalas do tempo, das vinte e quatro horas e do ano. Resultante do estudo dos ritmos biológicos, esta descoberta, realizada em meados do século XX, abriu a via a uma nova reflexão sobre o tempo. A linguagem matemática dos físicos, incompreensível para 99,9 por cento da humanidade, não pode dar conta do tempo tal como o vivemos. Redigido por um especialista de relógios biológicos, O Tempo Humano e os Ritmos Biológicos explora as relações íntimas e profundas que os seres humanos mantêm com o tempo e as periodicidades do ambiente terrestre. A descoberta de uma organização - de uma anatomia - temporal dos seres vivos permite conceber o tempo de uma maneira totalmente renovada. Este saber também permite compreender como e por que razão nos tornámos escravos dos nossos relógios. Viver com o tempo e rir dele ocasionalmente é uma nova realidade.

Sir John Eccles, falecido em Maio de 1997, dedicou a sua vida ao estudo do cérebro e à defesa de uma filosofia dualista. Enquanto a maioria dos neurocientistas se prende a um materialismo radical, Eccles dedicava-se a fundamentar cientificamente os ensinamentos do senso comum, segundo os quais o espírito, consciente de si próprio, exerce, como atestam os movimentos voluntários, uma acção efectiva sobre o cérebro. Em relação aos materialistas, a carga é violenta. As recentes teorias neurobiológicas da consciência são acusadas de dogmáticas e reducionistas. A identidade do mental e do neural, afirma Eccles, é um programa e não um resultado. Esta é a importância crítica do seu dualismo. Por outro lado, possuirá um valor heurístico? A obra científica de John Eccles tem por objecto a excitação dos neurónios motores pelas fibras nervosas e revela-nos a originalidade de recorrer à física quântica, com o fim confesso de suportar a tese de um controlo da actividade cerebral pela via mental sem infringir as leis da conservação da energia. Hipótese audaciosa que alimenta úteis observações do neocórtex. A esta incontestável fecundidade científica vem juntar-se o sentimento de ter triunfado sobre o materialismo e de ter reforçado fortemente a nossa fé numa alma humana de origem divina. Uma tentativa de conjugar o espiritualismo e a exigência científica.

Escrito com clareza, franqueza e algum humor, Sexualidade e Cérebro, examina as raízes biológicas do comportamento sexual humano. Apresenta a irresistível causa de que a diversidade dos sentimentos e comportamentos sexuais humanos podem ser melhor compreendidos em termos do desenvolvimento, estrutura a função dos circuitos cerebrais que os produzem. «Neste livro, Simon LeVay explora a razão porque somos animais sexuais, quais os mecanismos que produzem comportamento sexual e como estes diferem no homem e na mulher. Um trabalho de etosa erudição realçada por modéstia e um estilo gracioso.» Los Angeles Times «Elegante, mesmo espirituoso, Sexualidade e Cérebro funde teoria evolucionária, endocronologia, genética molecular e psicologia cognitiva numa síntese brilhante e divertida.» The Chicago Tribune

São conhecidas as investigações do professor Montagner, cujos resultados alteram as ideias que tínhamos da primeira infância. É patente essa modificação quando, como aqui, o autor nos convida a partilhar com ele as observações e emoções de uma equipa de investigadores. Então, aí, sob o nosso olhar, revelam-se capacidades nunca sonhadas. Interacções, imitações, cooperações, antecipações... a nossa abordagem muda, quando constatamos, etapa após etapa, a riqueza das construções da infância. Basta que certas condições sejam consideradas para que qualquer criança manifeste a diversidade e a precocidade das suas competências, sobretudo se a mãe as capta e lhe dá um sentido. Para ajudar as progenitoras, o professor Montagner e a sua equipa fazem-nas descobrir as potencialidades dos seus bebés, quando estes estabelecem e desenvolvem a comunicação com outros da mesma idade. A equipa tranquiliza igualmente os pais, quando a criança evolui, segundo o seu próprio ritmo e a sua iniciativa, com outras crianças, em lugares onde conquista a terceira dimensão do espaço e desenvolve todas as formas de interacção. Uma obra que abre caminhos a novos processos de cuidados; apresenta-nos ainda a prova de que mesmo as crianças em dificuldade, ou «handicaps», têm enormes potencialidades sociais, afectivas e interactivas nunca sonhadas, desde que os espaços onde vivam estejam adaptados de modo apropriado.

O objectivo deste livro é ajudar os estudantes a obter um apoio crítico das questões em torno da inteligência como um tópico na psicologia. Isto é feito através do tradicional modelo de análise de asserções ou pré-concepções que realçam as afirmações comuns e as teorias da inteligência: analisando como estas surgem de diferentes contextos sociais nos quais as diferentes noções de inteligência aumentam ou diminuem, contrastando as concepções populares ou informais com a exigência de uma teoria científica rigorosa. Além disso, são consideradas algumas perspectivas mais alargadas para dar conta do assunto que normalmente seria o caso. Espera-se que o resultado proporcione um quadro teórico que, por sua vez, ajude os estudantes a organizar os seus pensamentos de um modo mais crítico, e portanto mais produtivo. «Compreender a Inteligência é, notavelmente, um bom livro. O que Richardson fez foi dar uma perspectiva bem escrita e compreensível, que dirige a atenção do leitor de forma consistente para as questões mais importantes e consegue evitar as distorções que a simplificação pode facilmente provocar...» British Journal of Educational Psychology « [...] Ken Richardson produziu um contributo apropriadamente abrasivo e provocativamente crítico da psicometria e outras abordagens da inteligência [...]». Times Higher Educational Supplement «Temos de recomendar este pequeno livro [...] De certo nunca passámos por uma tão compreensiva, legível e valiosa investigação de toda a noção de inteligência.» The Newsletter of the Open University Psichological Society