Pelas diversas funções que exerceu e os acontecimentos que viveu, o testemunho de Gerhart M. Riegner, antigo secretário-geral do Congresso Judeu Mundial, dá uma luz de rara qualidade sobre a história do nosso tempo - da Shoa à actualidade mais imediata, passando pelo Concílio do Vaticano II e pelo nascimento da Declaração Universal dos Direitos do Homem. Jamais Desesperar é, fundamentalmente, um libelo acusatório contra inúmeros países, organizações humanitárias e instituições ditas de solidariedade. G. Riegner considera que durante a Segunda Guerra Mundial e, nomeadamente, perante o holocausto, estas organizações e alguns países pretensamente neutros se abstiveram e colaboraram mesmo com os nazis. Para além disso, ou talvez para poder demonstrar as afirmações condenatórias, Riegner descreve a acção do Congresso Judeu Mundial ao longo de toda a sua história, as actividades desenvolvidas em todo o mundo para defesa e salvaguarda dos valores, religião, identidade e direitos judaicos.

Neste trabalho o autor propõe-se traçar, em linhas gerais, a história de Jerusalém, desde a sua fundação até aos nossos dias; para o que divide a sua obra em três capítulos que ilustram os três grandes períodos da história milenar da cidade. Na primeira parte, o autor faz a síntese das várias teses que, ao longo de séculos, justificaram a origem da cidade e apresenta-nos a história dos seus primeiros séculos de existência. Na segunda parte, o autor narra-nos a história da cidade desde o nascimento de Jesus Cristo e da sua aceitação pelo povo de Jerusalém como Messias, passando pela conquista desta pelo islamismo, pela queda do Império Otomano e o regresso do cristianismo e dos judeus da diáspora. Na terceira parte, o autor relata-nos os acontecimentos que, desde meados do século XIX, provocaram o regresso dos judeus à Palestina e a formação do actual Estado de Israel. Apesar da forte carga histórica que encontramos ao longo da obra, o objectivo de Chouraqui não é escrever a história de Jerusalém, mas, antes de tudo, o de deixar uma mensagem de esperança na paz para o Próximo Oriente que, ao longo de milénios, tem sido palco das lutas devastadoras entre as três grandes religiões monoteístas. O autor, ao longo do seu trabalho, faz a exaltação do movimento que, no Estado de Israel, promove a paz na Palestina e defende que a religião deverá ser o ponto de partida para essa mesma paz, dado que as três religiões que ainda se digladiam nesta zona são religiões cujo dogma assenta na paz e no amor. Como antigo membro da administração da cidade de Jerusalém, o autor não poderia deixar de fazer jus ao urbanismo e à extraordinária arquitectura da cidade.

A mensagem dos construtores de catedrais coloca uma questão que, ainda hoje, parece ser fundamental, a do sentido da mensagem das catedrais e das igrejas que pululam nos itinerários do viajante do século XX. Esta obra ajuda-nos a compreender esses edifícios e as suas esculturas e a decifrar o papel das comunidades de construtores e escultores que consagraram a sua vida a gravar na pedra sinais que perduram e se inscrevem no próprio coração do nosso quotidiano. Para além das religiões e das crenças, este texto dá-nos a conhecer a simbólica destes edifícios como resposta possível ao mistério da essência da própria vida. Nesta obra, pela primeira vez, é-nos permitido decifrar uma catedral iniciando assim a construção do nosso templo interior.

Desde sempre que eruditos, historiadores da religião e exegetas se dedicam a conhecer melhor Moisés. Mas em que aspecto a vida do profeta, tal como a descreve a Bíblia, nos diz respeito aqui e agora? E como pode ela tocar-nos na nossa própria existência? Estas são as questões que os mestres espirituais judeus colocaram - cada um somando aos comentários dos seus predecessores as suas próprias interpretações, variantes e paráfrases. Digno herdeiro desses sábios que foram, também, grandes contistas, Edmong Fleg, autor de inolvidáveis obras, recolheu os textos dispersos no Talmude. Reagrupando, refazendo, repensando estas palavras simultaneamente espirituais, morais e poéticas, o autor transmite-nos, através desta lendária biografia, a imagem de um Moisés sempre vivo, profeta para o nosso tempo.

None